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Medicamento diminui risco de 25% na recorrência de câncer de mama

Um novo estudo denominado monarchE realizado por pesquisadores de vários países, incluindo o Brasil, mostrou que a combinação do medicamento oral Verzenios (abemaciclibe), utilizado para tratamento de câncer de mama, adicionado a um tratamento de bloqueio hormonal pode reduzir o risco de recorrência do câncer de mama em até 25%.

Os resultados foram apresentados hoje no Simpósio Presidencial do Congresso Virtual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) 2020 e publicados no Journal of Clinical Oncology.

O monarchE chegou a fase 3 e avaliou os efeitos de dois anos de tratamento com abemaciclibe, adicionado à terapia do bloqueio hormonal, que é um tratamento para diminuir ou bloquear completamente a função dos hormônios femininos no corpo da mulher. Esse tipo de tratamento hormonal costuma gerar sintomas semelhantes aos da menopausa.

“Esse estudo é extremamente importante porque ele aponta numa direção da gente ter, efetivamente, um tratamento que pode diminuir o risco de recorrência para paciente que, de fato, a gente hoje se preocupa e faz o melhor tratamento disponível, e mesmo assim, muitas vezes, a gente tem a recorrência”, explica Laura Testa, médica oncologista na Oncologia D’Or e no ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), líder da área de câncer de mama do ICESP e membro do comitê de direção do estudo monarchE.

 

Como foi feito o estudo?

 

O estudo foi feito com 5.637 pacientes com câncer de mama precoce e que tinham alto risco de novas recorrências de câncer de mama; As pacientes foram selecionadas em mais de 600 locais em 38 países. No Brasil foram 297 pacientes em 21 centros de estudo; Metade das pacientes foram tratadas com abemaciclibe (150 mg duas vezes ao dia) mais o tratamento de bloqueio hormonal, e a outra metade apenas com o bloqueio hormonal; As pacientes selecionadas para avaliação foram tratadas por dois anos com abemaciclibe e agora continuarão com o tratamento de bloqueio hormonal por pelo menos mais três anos, totalizando um período de, no mínimo, cinco anos.

 

E quais foram os resultados até agora?

 

As pacientes que fizeram esse tratamento adicional tiveram uma recorrência da doença 25% a menos do que as que seguiram o tratamento padrão. A adição de abemaciclibe à terapia hormonal também resultou em uma melhora no tempo que o câncer leva para se espalhar para outras partes do corpo. A combinação reduziu o risco de desenvolver doença metastática em 28%, com as maiores reduções ocorrendo nas taxas de metástases para o fígado e osso.

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“Mudou o tratamento das pacientes que já tem metástase, então é uma classe muito importante de tratamento. Esse é o primeiro dado de que essa mesma classe de medicamento também serve para diminuir o risco da da doença metastática aparecer. Essa é a importância do estudo”, comemora Testa.

As taxas de sobrevida livre de doença a longo prazo em dois anos foram de 93,6% no tratamento com abemaciclibe e 90,3% no tratamento comum.

“A gente tem a esperança de que esses dados fiquem cada vez mais robustos com o passar do acompanhamento do estudo. E esse estudo vai continuar fornecendo dados de recorrência, de como essas pacientes estão indo com esses remédios. É uma esperança a mais. É mais uma arma que a gente vai poder olhar para frente no futuro e ver que está fazendo a diferença para essas pacientes”, finaliza a oncologista.

Fonte: UOL



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