Conteúdo

STJ discutirá reajuste de plano de saúde coletivo por faixa etária

Tire suas dúvidas!
Foto STJ discutirá reajuste de plano de saúde coletivo por faixa etária

Rafael Robba, advogado especialista em direito da saúde, é um dos autores de um processo analisado pelo STJ que questiona o reajuste por faixa etária.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Sanseverino marcou para o dia 10 de fevereiro de 2020 a audiência pública que vai discutir a validade da cláusula que trata do reajuste por faixa etária em plano de saúde coletivo.

O objetivo do evento é subsidiar os ministros da Segunda Seção que vão julgar o Recurso Especial 1.715.798, contrário à validade da cláusula, além do ônus da prova da base atuarial do reajuste. Por jurisprudência, o que o STJ decidir sobre o recurso vai servir como critério para julgamentos de ações sobre o tema nos Tribunais de Justiça estaduais.

Rafael Robba, advogado especialista em direito da saúde, é um dos autores de um processo analisado pelo STJ que questiona o reajuste por faixa etária. Ele explicou que chegou a quase 90% o aumento do plano de saúde de seu cliente, que está na última faixa etária permitida para a cobrança, que são os 59 anos.

— A ANS (Agência Nacional de Saúde) estabelece 10 faixas etárias para os planos. A última faixa é a que tem os maiores índices de reajustes aplicados pelas operadoras. Há contratos onde nas outras faixas o índice é menor e na última faixa, ele é de quase 100%. Isso cria uma barreira para o idoso continuar no plano de saúde. Então, a discussão é falar sobre esse abuso e aprofundar o debate, porque critérios para avaliar a cobrança são muito abertos, com brechas e os tribunais estaduais não conseguem ainda avaliar qual taxa é abusiva e qual não é — explicou Robba.

A advogada e pesquisadora em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete chama a atenção para dois pontos: o primeiro é a audiência pública em si, que configura em uma oportunidade para que todos os atores envolvidos na questão sejam ouvidos.

— Fica democrático porque possibilita que diversos atores sejam ouvidos. É importante para dar voz aos consumidores e seus representantes, porque o tema é muito importante e nem sempre os consumidores ou suas partes são ouvidas.

O segundo ponto que Ana Carolina ressaltou é que o Idec defende a avaliação de cada caso na hora da aplicação do reajuste por faixa etária. A advogada explicou que a ANS tem regras para barrar reajustes abusivos na última faixa de idade, no entanto, confirmou que a regra não tem sido cumprida e que, muitas vezes, a operadora do plano de saúde não informa aos usuários como é feito o cálculo para aplicar o reajuste.

— Não dá para dizer que a cláusula vale, nem que é nula. Ela cumpre o que diz o Estatuto do Idoso, cumpre o que diz a ANS, que tem regras para evitar que os reajustes mais pesados recaiam sobre as faixas etárias mais altas. A resolução da ANS não está dando conta de barrar esse reajuste.

Fonte: Folha Vitória

11 3256-1283|+55 11 99916-5186
Ícone Whatsapp