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Com decisão do STJ, somente tratamentos previstos em lista da ANS têm obrigatoriedade de serem atendidos pelos planos
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nessa quarta-feira (8/6), tornar taxativo o rol de procedimentos a serem cobertos pelos planos de saúde no Brasil. Com a decisão dos ministros, a lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que era exemplificativa – permitia acréscimo de situações não previstas, mas necessárias –, foi alterada. Passou a ser taxativa, ou seja, restrita ao que está escrito.
Com isso, somente tratamentos previstos pela ANS têm cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Pacientes que têm seus tratamentos, exames e cirurgias garantidos por meio de liminares da Justiça podem ter esse direito questionado. E as futuras necessidades que usuários venham a ter fora da lista serão ainda mais difíceis de serem respeitadas em uma eventual guerra judicial.
O entendimento passa a ser orientação para toda a Justiça brasileira, por ter repercussão geral. A maioria dos ministros do STJ seguiu o voto-vista do ministro Villas Bôas Cueva. A decisão estipula que:
Para saber como consultar os procedimentos previstos pela ANS, e, consequentemente, saber quais são cobertos pelos planos de saúde, os usuários podem entrar no portal da ANS e pesquisar por filtros.
Veja interface:
Após selecionar qual tipo de cobertura deseja verificar, basta clicar em continuar.
Entidades representativas e pais de pessoas com autismo, em tratamento de câncer e doenças diversas anunciaram que recorrerão ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que estabeleceu como taxativo o rol de procedimentos da ANS.
A fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa, Andrea Werner, defensora do rol exemplificativo, acompanhou o julgamento em frente ao STJ e lamentou a decisão. “Vamos recorrer ao STF. Estamos unindo entidades e familiares que precisam de tratamentos com decisão da Justiça”, ressaltou Andrea Werner.
Segundo ela, logo após a decisão do STJ, advogados de plano de saúde entraram com petições para derrubar liminares de usuários com tratamento garantido por meio de decisões judiciais. É o caso de Vanessa Ziotti, 33 anos. Minutos após o estabelecimento do rol taxativo, ela soube que foi alvo de petição para derrubar liminar que garante medicamentos aos seus três filhos com autismo. O custo da manutenção dos remédios é de R$ 30 mil mensais.
“Muita gente vai ficar sem tratamento, sem medicamentos. Muita gente vai morrer. O rol taxativo mata. Temos que encontrar alguma forma de fazer a Constituição valer acima do poder aquisitivo”, completou Andrea.
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