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Em pesquisa, 80% relatam problemas com planos de saúde

O Globo | 07.12.2020

Maioria reclama de questões relativas a reajuste e quase metade relata dificuldades diretamente relacionadas à pandemia

RIO – No meio desta pandemia de Covid-19, cerca de 80% dos consumidores que responderam a pesquisa realizada pelo Instituro Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), relataram ter tido problemas com seus planos de saúde. Entre esses, a maioria (56%) se queixou de reajustes, seja anual ou por faixa etária.

Quase a metade dos entrevistados, 46%, declarou ainda ter tido dificuldades diretamente relacionadas à pandemia. Entre as principais reclamações estão demora na marcação de consultas e exames, negativa de cobertura de teste para diagnóstico da Covid-19, ausência de laboratórios, consultórios ou hospitais para realizar o procedimento, e a consequente demora para que testes ou consultas relacionadas à Covid fossem feitos.

A pesquisa, feita por e-mail e redes sociais, ouviu 518 pessoas, entre 25 de agosto e 20 de outubro.

 

 

Altos reajustes são queixas recorrentes entre consumidores de planos de saúde, mas neste momento, em que a a renda da população brasileira foi comprometida pela crise econômica e sanitária e os lucros das operadoras apenas aumentaram. A pesquisa dá sinais para onde o regulador precisa olhar: capacidade de pagamento e permanência no plano. E isso porque a recomposição do reajuste ainda não começou. Em janeiro isso vai estourar com o recomposição dos aumentos suspensos durante a pandemia e o reajuste do ano que vem – ressalta Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec.

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No dia 19 de novembro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu a forma de recomposição dos reajustes suspensos entre setembro e dezembro deste ano por causa da pandemia. O parcelamento do valor poderá ser feito em 12 vezes iguais.

Das 290 pessoas que reclamaram de reajuste, 137 queixaram-se do aumento anual e 39 daquele aplicado pela mudança de idade. Há um grupo que teve problema com os dois tipos de reajustes, que representa quase 20% do total de entrevistados, 114 pessoas.

As reclamações sobre testes são sinais de que os parâmetros para cobertura estabelecidos pela ANS estão na verdade fazendo com que os consumidores paguem do próprio bolso pela testagem. A ANS precisa multar com rigor quem atrasa o PCR, ou não adianta – diz Ana Carolina.

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No ranking das queixas, estão ainda relatos de problema com a demora para marcação de consultas e exames de forma geral, apontado por cerca de um terço dos internautas que responderam a pesquisa. Outros 17% reclamaram de mudanças na rede credenciada por outra de menor qualidade.



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